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quarta-feira, 26 de outubro de 2011

Sou livre?

Para muitos vivemos num país democrático, onde há liberdade de expressão. Mas que liberdade é esta?
Será que a censura continua ou isso é coisa do século passado?
Sou livre quando digo que gosto de vermelho, enquanto outros gostam de amarelo e repudiam o vermelho?
Sou livre quando saio na rua e a violência me ronda?
Sou livre quando tenho medo de expressar minha opinião?
Sou livre quando o preconceito linguístico, religioso, sexual, de gênero [...] nos oprime?
Sou livre quando o sistema capitalista nos deixa num emaranhado dependente do dinheiro?
Sou livre quando há tanta corrupção explícita e impune enquanto há tantos outros numa fila de hospital, sem dinheiro para comprar remédios, passando fome [..]?
Que liberdade é esta que só me permite a expressão pré-moldada aos padrões sociais?

A nossa condição social demonstra que a censura e os modos de repressão social continuam, só que de diferentes maneiras e muitas vezes de forma sorrateira.

Nesse mundo cheio de superficialidades, creio que sou livre quando encontro a graça de Deus!


Vai aí a releitura de Criolo Doido da música Cálice, de C. B. de Holanda

Cálice

Como ir pro trabalho sem levar um tiro
Voltar pra casa sem levar um tiro
Se as três da matina tem alguém que frita
E é capaz de tudo pra manter sua brisa
Os saraus tiveram que invadir os botecos
Pois biblioteca não era lugar de poesia
Biblioteca tinha que ter silêncio,
E uma gente que se acha assim muito sabida
Há preconceito com o nordestino
Há preconceito com o homem negro
Há preconceito com o analfabeto
Mais não há preconceito se um dos três for rico, pai.
A ditadura segue meu amigo Milton
A repressão segue meu amigo Chico
Me chamam Criolo e o meu berço é o rap
Mas não existe fronteira pra minha poesia, pai.
Afasta de mim a biqueira, pai
Afasta de mim as biate, pai
Afasta de mim a coqueine, pai
Pois na quebrada escorre sangue,pai.
Pai
Afasta de mim a biqueira, pai
Afasta de mim as biate, pai
Afasta de mim a coqueine, pai.
Pois na quebrada escorre sangue.

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